Verstappen desfila e vence GP de Abu Dhabi em maquete da F1 2023. Mercedes bate Ferrari

Max Verstappen sofreu ameaça de Charles Leclerc na primeira volta, mas manteve a ponta e disparou para vitória tranquila no GP de Abu Dhabi. Na briga pelo vice-campeonato Mundial de Construtores, Mercedes segurou o segundo posto contra a Ferrari

Acabou! A temporada 2023 do Mundial de Fórmula 1 terminou na manhã deste domingo (26), com o GP de Abu Dhabi de 2023. A 22ª etapa de um campeonato que começou quase nove meses atrás e teve uma tônica muito clara: domínio de Max Verstappen e da Red Bull. E a última corrida do ano foi uma perfeita maquete da temporada: Verstappen foi incomodado, sim, mas muito pouco, escapou sem prejuízo e partiu para uma vitória que mais parecia um desfile.

Foi a 19ª vitória de Verstappen na temporada, um recorde absoluto e quase impensável, superando os 15 triunfos dele em 2022. Mais que isso, alcançou as 54 vitórias em 185 corridas na carreira. Deixou Sebastian Vettel para trás com isso e vai para 2024 isolado como o terceiro piloto com mais vitórias em todos os tempos. A distância para o segundo, Michael Schumacher, é de 38 vitórias, e o futuro ainda é aparentemente interminável para o jovem de 26 anos de idade.

O único incômodo veio na largada, quando Charles Leclerc resolveu que iria para cima. Não na primeira curva, mas nas seguintes. Na curva cinco, chegou a se posicionar por dentro e contornar um tantinho na frente, mas não foi o bastante para estabilizar a liderança além da curva seis, que era para o outro lado.

Leclerc não conseguiu mais chegar perto, mas negociou com a segunda colocação e terminou nela. George Russell mostrou que o ritmo de corrida da Mercedes era mesmo superior ao da McLaren e engoliu Lando Norris e Oscar Piastri para ficar no terceiro lugar.

Na briga pelo vice-campeonato mundial, porém, o fato de Russell terminar em terceiro e Lewis Hamilton, em nono, valeu o vice-campeonato mundial de Construtores para a Mercedes contra a Ferrari. Mas a batalha foi firme: senão diretamente na pista entre os carros das duas equipes, nas estratégias. Uma vez que Sergio Pérez tinha punição de 5s por causar colisão com Norris, Leclerc estava de olho. Quando, a quatro voltas do fim, Pérez passou Russell, Charles avisou que daria vácuo e deixaria Pérez passar também por si para ficar com a terceira posição do rival. Mesmo assim, a punição se provou grande demais. Pérez cruzou a bandeirada em segundo, mas oficialmente terminou no quarto lugar.

E não foi só isso: a Ferrari viu que estava em dificuldades e resolveu manter Carlos Sainz na pista até a penúltima volta. O motivo era esperar um safety-car para evitar que Sainz saísse da zona de pontos, o que não aconteceu. Carlos não podia terminar com apenas um pit-stop na conta, porque usou pneus duros nos dois primeiros stints e, se não colocasse um composto diferente, seria punido. Mas ficou somente com o 18º lugar.

Atrás de Verstappen, Leclerc, Russell e Pérez, vieram Norris, Piastri, Fernando Alonso, Yuki Tsunoda, Hamilton e Lance Stroll. A volta mais rápida também foi de Verstappen, que saiu com pontuação perfeita.

A Fórmula 1 tem mais uma obrigação a cumprir em 2023: os testes de pós-temporada, marcados para a mesma pista de Abu Dhabi, no dia 28 de novembro. Depois disso, pensa no ano que vem. A temporada 2024 está marcada para começar no fim de semana de 2 de março, com o GP do Bahrein.

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Confira como foi o GP de Abu Dhabi:

Era hora de encerrar a temporada 2023 do Mundial de Fórmula 1! Com os títulos de Pilotos e Construtores definidos, os duelos restantes eram pelas importantes, por razões financeiras, posições do miolo do campeonato. Abu Dhabi apresentava 27°C de temperatura ambiente, com a pista em 34°C no começo do anoitecer na marina de Yas. Tudo parecido à classificação do sábado.

Na parte estratégica da coisa, os pneus médios se mostraram a escolha normal: apenas Lance Stroll, Carlos Sainz e Valtteri Bottas, nas posições 13, 16 e 18, partiam com os duros.

O top-10 tinha Charles Leclerc, Oscar Piastri, George Russell, Lando Norris, Yuki Tsunoda, Fernando Alonso, Nico Hülkenberg, Sergio Pérez e Pierre Gasly. Atrás deles, Lewis Hamilton, Esteban Ocon, Stroll, Alexander Albon, Daniel Ricciardo, Sainz, Kevin Magnussen, Bottas, Guanyu Zhou e Logan Sargeant.

Max Verstappen comandou o pelotão na largada em Abu Dhabi (Foto: Red Bull Content Pool)

Com luzes acesas, Max Verstappen se posicionou para evitar ameaças, mas Charles Leclerc partiu de maneira extremamente agressiva. Não houve ataque na curva um, mas nas seguintes. Leclerc chegou a se colocar por dentro na curva cinco e contornou para assumir a ponta, mas não botou o carro inteiro na frente. Na seis, para o outro lado, Verstappen segurou. Charles seguiu em cima, mas sem atacar novamente.

O grande objetivo era ficar na zona de DRS para quando fosse permitido usá-lo, só que Verstappen fez valer o carro da Red Bull no fim da segunda volta. Os dois continuavam próximos, porém.

Piastri manteve o terceiro lugar e quase imediatamente passou a sofrer pressão do companheiro Norris, que deixou Russell para trás. Tsunoda, Alonso, Gasly vieram em seguida, com Hamilton ganhando duas posições e Pérez fechando o top-10. Logo na abertura da terceira volta, Pérez atacou Hamilton, que nem fez força para segurar o nono lugar. Hülkenberg, de oitavo, já aparecia no 14º posto. Sainz saíra de 16º para 13º.

A transmissão oficial mostrou apenas depois o motivo de Hamilton ter deixado Pérez passar tão facilmente: evitar punição por ter tomado a posição por fora da pista. Enquanto isso, Piastri chegava a incomodar Leclerc, mas não conseguiu passar e virou preza de Norris.

Nas voltas seguintes, Piastri já avisava que sentia desgaste de pneus e, enquanto isso, Russell encostava e partia para o ataque. Por dentro, por fora e como dava, mas Oscar chegou à décima de 58 voltas ainda com o quarto posto.

Ainda na volta sete, Norris também registrava desgaste nos pneus da McLaren. A primeira ultrapassagem veio ainda antes disso, com Magnussen parando para colocar pneus duros. Em seguida, mesma coisa para Ricciardo após o aviso da AlphaTauri de que algo tinha ficado preso num dos dutos de freio.

Os comissários, então, avisaram que estavam avaliando dois incidentes em possíveis empurrões de pilotos para fora da pista: uma de Magnussen contra Sargeant e outra de Albon versus Zhou. Pouco depois, confirmaram que nada aconteceria naquela envolvendo Albon.

Já na 12ª volta, Russell finalmente passou Piastri e assumiu o quarto lugar importante na briga entre Ferrari e Mercedes pelo vice-campeonato Mundial de Construtores. Na frente dele, Leclerc e Norris recebiam avisos sobre limites de pista.

Lando Norris teve pit-stop lento e perdeu posição para George Russell (Foto: McLaren)

A janela de pit-stop já estava a toda velocidade. Alonso parou na volta 12, enquanto Piastri entrou na 13 e Verstappen dizia para a Red Bull que também perdia ritmo por conta do desgaste. A vantagem para Leclerc permanecia em 1s5.

Voltando a Piastri, o piloto da McLaren voltou com Alonso grudado na traseira e sem vontade alguma de permanecer ali. O bicampeão foi para cima, mas não passou.

Norris e Russell pararam juntos no fim da volta 14, mas a Mercedes foi quem saiu sorrindo. Campeã de pit-stop da temporada, a McLaren teve problemas e segurou Lando um tanto além da conta, fazendo com que voltasse atrás de George.

Se Pérez já deixara Gasly para trás, agora era a vez de Hamilton atacar. Mas Pierre travou os pneus para contornar a primeira perna da chicane e não teve muito como alterar o ritmo do carro no instante seguinte. Hamilton vinha inteiro e com melhor ritmo, mas também não deu para evitar o carro deslizando na frente e tocou. O suficiente para quebrar um pedaço da asa dianteira do heptacampeão, que avisou ter danos. Um pouco depois, parou nos boxes e escutou da equipe que não imaginava grande efeito no carro.

A parada de Verstappen veio na volta 18, deixando a liderança de momento com Tsunoda. Além de Yuki, Stroll, Sainz e Bottas chegavam na volta 20 sem parar nos boxes. Max logo começou a recuperar o campo e passou Sainz.

Incômodo estava na Alpine. Gasly, que classificou melhor e largou na frente, foi chamado aos boxes duas voltas depois de Ocon. Com isso, Esteban ganhou cerca de 5s em relação ao companheiro e, quando Pierre parou, voltou atrás. “Não consigo entender como vocês puderam fazer o undercut em mim com o outro carro. Alguém vai precisar me explicar”, afirmou.

Tsunoda parou na volta 23 e regressou na 12ª colocação: apenas Bottas e Sainz seguiam sem o pit-stop. Verstappen era novamente o líder e tinha 4s5 de frente para Leclerc, na segunda colocação. Quem escolhia permanecer na pista, sofria: Bottas tentava abrir caminho para Ricciardo, Hamilton e já era ultrapassado por Tsunoda em seguida. Sainz também despencava e parou na 24.

Mesmo que Bottas ainda não tivesse parado, algo que mudaria somente na volta 29, já dava para falar como tinha ficado o top-10 após a janela de pit-stops na volta 25: Verstappen, Leclerc, Russell, Norris, Pérez — que acabava de deixar Alonso para trás —, Alonso, Hamilton, Tsunoda e Stroll.

Yuki Tsunoda fez corrida impecável para encerrar 2023 (Foto: Red Bull Content Pool)

Gasly continuava irritado. “Por que estamos perdendo tanto tempo? Por que somos lentos pra cacete?”, questionava. A Alpine respondeu que era por conta de danos da batida com Hamilton.

Pérez continuava a recuperação e se aproximava de Piastri para logo tomar a quinta colocação. Mais na frente, Russell começava a aparecer no radar de Leclerc, que recebia aviso de limites da pista e tinha de tomar cuidado para não acabar punido.

A Alpine resolveu parar de novo e chamou Gasly antes de Ocon desta feita, tentando reverter o mal-estar causado inicialmente. Norris também parou e fez a Mercedes se mexer e chamar Russell. “Não podemos ir até o fim? os pneus estão bons”, chegou a comentar George, mas a Mercedes estava de olho no undercut contra Leclerc.

“Vocês podem parar Checo antes de mim se quiserem”, avisava Verstappen no rádio da Red Bull. Leclerc, por sua vez, logo entrou e se manteve na frente de Russell. A Red Bull deixou os dois pilotos na pista enquanto isso, e Pérez aparecia no segundo lugar com 18 voltas para o final.

Brake-test de Alonso para cima de Hamilton? (Vídeo: F1TV)

Hamilton foi mais um a parar e voltou exatamente na frente de Alonso, que já fora aos boxes. Com pneus frios, foi passado com facilidade, mas Alonso, assim que tomou a posição, freou cedo demais antes da tomada da curva cinco. Hamilton não gostou. “Fez o brake-test para cima de mim”, falou. A direção de prova anunciou que nem investigaria. Mas deu bandeira branca e preta para Albon por limites de pista. Era quem estava mais perto de uma punição.

Quando a campeã mundial de Construtores parou os dois pilotos, Verstappen seguia 5s5 na frente de Leclerc, enquanto Pérez caiu para o sexto posto. Rapidamente, tirou Tsunoda do caminho. Alonso, de pneus novos, ia para cima de Sainz na tentativa de tomar o oitavo lugar. Ultrapassou, finalmente, na volta 46. Sainz tentou responder, mas não conseguiu.

Hamilton, sim, era colocado sob investigação por alguma questão no segundo pit-stop, bem como Gasly. Mas somente após da corrida é que viria alguma decisão.

Pérez continuava a busca pela recuperação e chegar no pódio. O próximo pela proa era Norris, em quem chegou sem muita demora e foi para cima. Ao se colocar por dentro, fez o contorno da curva e acertou Norris, que foi forçado para fora da pista. Lando reclamou que o rival guiou de maneira perigosa, e a direção de prova concordou: punição de 5s para Checo. “Por que me puniram? Eu estava na frente”, reclamou.

Max Verstappen liderou mais de 1.000 voltas no campeonato (Foto: AFP)

Em seguida, Pérez ainda passaria Russell, mas só valeria a terceira posição caso abrisse 5s. Com cinco voltas para o final, era difícil.

A Ferrari resolvia fazer tentativa desesperada para superar a Mercedes: manter Sainz na pista à espera de um safety-car. Isso, porque Sainz usara dois jogos de pneus duros. Caso não acontecesse o safety-car, seria punido ao fim prova. Se acontecesse, ficaria perto do top-10 para pontuar. Como não deu certo, Sainz entrou nos boxes na última volta e nem voltou.

Falando em tentativa desesperada… Leclerc avisou que deixaria Pérez pegar vácuo e passar por ele para abrir os 5s em relação a Russell e aumentar a diferença de pontos entre os dois. E fez isso, mas não deu certo: Pérez cruzou em segundo, mas terminou oficialmente em quarto. Leclerc e Russell foram segundo e terceiro colocados.

Verstappen, de novo, venceu. 19 triunfos em 22 corridas de uma temporada impensável. Por fim, marcou a volta mais rápida e garantiu sair de Abu Dhabi com a pontuação perfeita.

Fórmula 1 2023, GP de Abu Dhabi, Yas Marina, resultado final:

1M VERSTAPPENRed Bull Honda58 voltas 
2C LECLERCFerrari+17.993  
3G RUSSELLMercedes+20.328  
4S PÉREZRed Bull Honda+21.453  
5L NORRISMcLaren Mercedes+24.284  
6O PIASTRIMcLaren Mercedes+31.487  
7F ALONSOAston Martin Mercedes+39.512  
8Y TSUNODAAlphaTauri Honda+43.088  
9L HAMILTONMercedes+44.424  
10L STROLLAston Martin Mercedes+55.632  
11D RICCIARDOAlphaTauri Honda+56.229  
12E OCONAlpine+1:06.373  
13P GASLYAlpine+1:10.360  
14A ALBONWilliams Mercedes+1:13.184  
15N HÜLKENBERGHaas Ferrari+1:23.696  
16L SARGEANTWilliams Mercedes+1:27.791  
17G ZHOUAlfa Romeo Ferrari+1:29.422  
18C SAINZFerrari+1 volta  
19V BOTTASAlfa Romeo Ferrari+1 volta  
20K MAGNUSSENHaas Ferrari+1 volta  
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